CARLÃO

Carlão 2014: os 5 indicados a melhor filme

Avanti Popolo

“Há uma inquietação que perpassa Avanti Popolo o tempo inteiro: Qual é a dor da memória?; Qual é o custo da lembrança? A investigação de Michael Wahrmann passa pelo sofrimento da perda de um filho, o fim de um casamento, o gosto por discos antigos e hinos de países distantes, o encontro com a granulação do super 8 etc. Os eventos, porém, importam menos. O filme vive em sua atmosfera angustiante e na construção de seu tempo, o tempo do passado porvir. São corpos em estado de abstração.”

(Gabriel Carneiro)

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

“Com incrível precisão, Daniel Ribeiro faz um filme super elaborado parecer um trabalho simples. Mesclando apelo popular e uma refinada técnica cinematográfica, Hoje eu Quero Voltar Sozinho foi o filme-sensação de 2014. É a prova de que o cinema adolescente no Brasil não só tem um futuro, mas é uma realidade e que ele pode ser politico, sim. Aliás, deve. Os atores, inspiradíssimos, apoiam uma mise-en-scène que estabelece uma relação intrigante entre as três protagonistas.”

(Mateus Nagime)

O Lobo Atrás da Porta

“Um suspense de amor e desejo doentios, cujo grande prazer (e terror) é o de remover as camadas da personalidade de sua protagonista, uma de cada vez, da faceta externa e vulnerável até à interna, dissimulada e emocionalmente instável, com uma atuação inesquecível de Leandra Leal.”

(Marcio Sallem)

O Menino e o Mundo

O Menino e o Mundo. O menino e seu mundo. O mundo e seus homens… Eis a canção que se repete e exaustivamente: a tela em branco, ínfima, quase nada e, depois, num crescendo de piruetas, rabiscos e giz de cera, girando e girando cheia de musica e encanto. Um círculo vicioso, infinitamente brincalhão, mas também repleto de enigmas, senão esse garoto que aos poucos quebra sua inocência sob a imagem de um caleidoscópio. Os múltiplos brilhos. Os espelhos. As cores. E sempre a nos fascinar, nos ocupar, nos distrair, e pelo mundo afora, pela cidade, tantos lugares e sempre. Passado. Presente. Futuro. O ciclo se repete, o brinquedo gira e nós, atordoados, atônitos, hipnotizados, vemos esse menino e esse mundo. Tão simples aos olhos de uma criança!”

(Maurício Ribeiro)

Quando Eu Era Vivo

“O que acho fascinante em Quando Eu Era Vivo é a maneira como a direção de Marco Dutra me coloca a olhar pelos bibelôs da casa do personagem de Antônio Fagundes, à procura de algum sentido. E o melhor do filme talvez seja justamente que não encontrarei naqueles objetos sentido algum. A sua iluminação está na construção estética do mistério do horror. O fechamento sem solução é essencial ao tom que o filme constrói sobre si. É o horror pelo alcance de alguns símbolos do gênero: a tensão, o ocultismo, o medo do desconhecido. Dutra consolida o terror do abandono, da família e da loucura através desses símbolos.”

(Cesar Castanha)

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